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Avanço pode revolucionar tratamento de tipo agressivo de câncer de mama

Um oncologista comemora os bons resultados de um tratamento para o tumor de mama triplo negativo. Mas de nada adianta uma inovação se não tivermos acesso

Por Dr. Sergio D. Simon, oncologista*
Atualizado em 14 Maio 2019, 17h32 - Publicado em 9 nov 2018, 13h13

O câncer de mama triplo-negativo é relativamente raro e constitui o subtipo mais grave dessa doença. Ele representa cerca de 15% a 20% de todos os casos de tumor de mama no mundo e se destaca por afetar, geralmente, mulheres jovens.

Este subtipo não depende de hormônios ou da proteína HER2 para crescer, e, por isso, o tratamento não pode ser feito com terapias hormonais ou terapias-alvo. Ainda que existam quimioterápicos tradicionais com algum grau de atividade contra a doença metastática (espalhada para outros órgãos), o controle é pouco duradouro e a expectativa de vida média das pacientes acaba sendo menor do que dois anos.

Eis que, após décadas sem avanços significativos, foi apresentado no último mês, durante o Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia, o primeiro grande estudo (de fase 3) a documentar um benefício considerável da chamada imunoterapia contra o câncer de mama metastático triplo-negativo. Em face da importância do resultado, a pesquisa, chamada de IMpassion 130, foi simultaneamente publicada na mais renomada revista científica médica, o New England Journal of Medicine.

O estudo recrutou mulheres com câncer de mama metastático triplo-negativo para receberem tratamento com nab-paclitaxel (uma quimioterapia tradicional) e placebo ou o mesmo nab-paclitaxel acrescido de atezolizumabe, um imunoterápico moderno. Isso em voluntárias que não haviam recebido outros medicamentos anteriormente (em primeira linha de tratamento, portanto).

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O resultado mais impressionante e animador foi a redução de 38% no risco de morte – representando um ganho de dez meses em termos de sobrevida – no grupo que recebeu atezolizumabe. A toxicidade do tratamento foi leve em ambos as turmas, com ou sem imunoterapia.

No Brasil, o nab-paclitaxel foi aprovado pela Anvisa em abril de 2017 como tratamento em primeira linha para pacientes com câncer de pâncreas metastático. Em outubro do mesmo ano, o mesmo órgão também liberou o atezolizumabe como tratamento imunoterápico para câncer de pulmão não pequenas células. Até o momento, não há cobertura desses medicamentos no SUS nem pelos planos de saúde.

Dado o histórico de tratamento mencionado, a dificuldade de acesso no Brasil a tecnologias inovadoras e a relevância dos resultados preliminares do estudo, nós, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), acreditamos que há fundamentos científicos sólidos para solicitar celeridade na aprovação pelas autoridades regulatórias da combinação de nab-paclitaxel e atezolizumabe para pacientes com câncer de mama triplo-negativo no Brasil.

A imunoterapia é uma técnica que busca ajudar o sistema imunológico do nosso organismo a reconhecer as células tumorais para, então, atacá-las. Trata-se de um novo paradigma para o tratamento de cânceres agressivos e é direito dos pacientes ter acesso a esses remédios que podem aumentar a sua expectativa de vida.

*Dr. Sergio D. Simon é oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)

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