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Empresas seguem funcionários nas redes sociais

Por Rafael Sbarai
2 jul 2010, 19h46

Em outubro de 2009, o garçom Jon-Barret Ingels foi demitido de um badalado restaurante de Beverly Hills, em Los Angeles, depois de publicar um post em seu perfil no Twitter revelando quais celebridades frequentavam o local. Em uma das mensagens, ele chegou a dizer que Jane Adams, atriz da série da HBO Hung, saiu sem pagar uma conta de 13,44 dólares. O assunto chegou à direção do estabelecimento, que decidiu dispensar Ingels por haver divulgado informações confidenciais de seu trabalho sem autorização. Por mais pitoresco que pareça, o caso não é exceção. Ao contrário, com a expansão das redes sociais, que permitem comunicação instantânea, muitos profissionais vêm se excedendo no uso das ferramentas e acabaram tendo dores de cabeça. As empresas que os empregam, também.

Por conta disso, cada vez mais companhias têm decidido se antecipar a eventuais problemas, normatizando o uso das redes por seus funcionários. Afinal, como diz o ditado muito anterior aos tempos digitais, o combinado não sai caro. Uma estratégia em ascensão nos Estados Unidos, e que começa a ser adotada por empresas do Brasil, é fazer uma varredura na rede, cruzando citações sobre a companhia e conteúdos publicados pelos empregados. Entenda no quadro abaixo como o trabalho funciona.

Com o resultado da busca em mãos, espera-se que a empresa, enfim, entenda o comportamento de seus funcionários nas redes e, a partir disso, estabeleça normas de uso para todos. Exemplo: não falar mal de colegas de trabalho, não divulgar dados confidenciais. “Uma simples atualização de currículo vitae feita por um profissional em um site pode revelar algo sobre o planejamento estratégico da empresa para qual ele trabalha”, explica Alessandro Barbosa Lima, diretor da E.Life, empresa de monitoramento de mídia social que já realiza a tarefa a pedidos.

Normatizar o uso das redes por profissionais pode ser necessário. E produtivo. Proibir, por outro lado, não é uma hipótese aceitável em alguns casos, uma vez que, para muitos profissionais, acessar as redes já se tornou uma tarefa tão corriqueira como checar a caixa postal de e-mails. Segundo levantamento da empresa Clearswift feito nos EUA, Inglaterra, Alemanha e Austrália, 21% dos entrevistados disseram que recusariam uma oferta de emprego em empresa que não permitisse o uso desses serviços.

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Acompanhar o que funcionários fazem nas redes pode trazer frutos para as empresas. Mas é ético? “O monitoramento não é uma prática invasiva”, defende Lima. Ele explica que a pesquisa feita nos conteúdos publicados por empregados das corporações se restringe a dados públicos, que estão à disposição de todos na web – ou seja, não haveria transgressão a regras de privacidade. O que o monitoramento faz, portanto, é reunir os conteúdos que circulam de forma livre e dispersa. Para reforçar a transparência desse processo, Edney Souza, sócio da Pólvora, agência especializada em redes sociais, sugere que corporações que contraram o serviço informem a seus funcionários que a análise será realizada.

As empresas brasileiras que já contrataram o serviço não falam sobre o assunto. Nem autorizam que seus nomes sejam divulgados pelas prestadoras de serviço. Mas para a E.Life e a Bites, outra agência que faz o trabalho, a pesquisa tem revelado especialmente informações como insatisfação com a chefia. “Há também comunidades no Orkut em que os profissionais trocam dados para avaliar salários”, explica Lima, da E.Life. Pode ser um bom ponto de partida para saber como, afinal, empregados e colaboradores enxergam seus empregadores.

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