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Câncer de próstata: só monitorar é tão eficaz quanto tratar

Taxa de sobrevivência de pacientes com o tumor em estágio inicial que só fizeram vigilância ativa é a mesma que a dos submetidos a tratamentos agressivos

Por Da redação
Atualizado em 15 set 2016, 17h49 - Publicado em 15 set 2016, 17h49

Homens com câncer de próstata em estágio inicial que se submetem a procedimentos como a remoção cirúrgica da próstata ou o tratamento de radioterapia têm as mesmas chances de sobreviver que aqueles que apenas fazem um monitoramento ativo do tumor. A conclusão é de um estudo publicado na última quarta-feira no periódico New England Journal of Medicine.

No estudo, pesquisadores da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, analisaram mais de 1.600 homens com idades entre 50 e 69 anos que concordaram em ser aleatoriamente indicados para cirurgia de remoção do tumor, radiação para reduzi-lo ou fazer vigilância ativa – ou seja, apenas o monitoramento dos sinais de progressão da doença por meio de exames periódicos.

Dos 1.643 participantes, 17 morreram de câncer de próstata na primeira década após o diagnóstico – oito no grupo de vigilância ativa, cinco no grupo de cirurgia e quatro no grupo de radioterapia. Os resultados mostraram que, embora aqueles no grupo de vigilância ativa tivessem mais chances de ter o câncer espalhado para outras partes do corpo – processo conhecido como metástase – essa progressão não fez uma diferença significativa na probabilidade de morrer de câncer ou de qualquer outra causa nos 10 anos após o diagnóstico.

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Outro artigo publicado na mesma edição da revista analisou a qualidade de vida dos homens que escolheram as diferentes opções. A cirurgia de remoção da próstata teve o maior impacto negativo sobre a função sexual e a incontinência urinária, enquanto os homens no grupo de radiação tendiam a ter mais problemas intestinais após o tratamento do que os dos outros grupos.

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“A função sexual parece ser melhor no grupo de terapia com radiação”, disse Louis Potters, presidente do departamento de radiação da rede de saúde Northwell Health em Nova York, que não esteve envolvido no estudo.

Potters elogiou a pesquisa como “o primeiro esforço real para avaliar abordagens de tratamento para o câncer de próstata”. “Apesar da alta prevalência de câncer de próstata entre os homens, não há um estudo recente que tenha abordado diretamente a vigilância ativa, cirurgia ou radioterapia. Como resultado, os homens tiveram de tomar decisões de tratamento com base em dados não comparativos”, afirmou.

Para John Burn, professor de genética clínica da Universidade de Newcastle, o estudo fornece “informações valiosas para homens confrontados com escolhas difíceis”.

“Para esses homens com câncer de próstata localizado, a vigilância ativa não é significativamente mais perigosa e evita o comprometimento sexual ou intestinal induzidos pelo tratamento. Muitos vão concluir que não fazer nada é preferível à cirurgia ou à radioterapia. Obviamente, se houver evidência de metástase, a situação é diferente”, acrescentou Burn, que não participou do estudo.

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