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Nas férias, não deixe seu filho o dia todo em frente às telas

Seja ela videogame, tablet ou celular. Em excesso, todos prejudicam o desenvolvimento e fazem com que partes importantes da infância fiquem de lado.

Por Chloé Pinheiro
8 jan 2018, 18h36

É difícil distrair a criançada o tempo todo em casa, mas acredite: vale a pena buscar alternativas aos tablets, celulares e companhia limitada. O impacto do excesso destes dispositivos na saúde dos pequenos não é brincadeira.

Entre os males já associados a eles estão o sobrepeso, já que as horas de atividade física são substituídas pelo sofá, e problemas no desenvolvimento. “Quando a criança fica no piloto automático, deixa de estimular mecanismos cerebrais importantes, como a capacidade de refletir, o equilíbrio, a coordenação motora e por aí vai”, alerta Evelyn Eisenstein, pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“E ela precisa de atividades que trabalham essas habilidades”, completa a especialista. Entram aí, invariavelmente, as brincadeiras que exigem movimentação, ar livre e interação social. Isso é ainda mais importante nas férias. “É o período de relaxar, sair da rotina e fazer coisas criativas, conhecer lugares, aprender coisas novas, conviver com outras pessoas”, relembra a médica.

Outro problema do exagero é que ele atrapalha a hora de dormir. Isso porque a luz emitida pelos eletroeletrônicos bagunça a produção da melatonina, hormônio que induz o sono. A preocupação é tanta que, no final de 2016, a Associação Americana de Pediatria e a SBP publicaram diretrizes similares sobre os limites da exposição aos dispositivos.

Os limites de cada idade

As publicações das duas entidades são parecidas, mas a brasileira é um pouco mais rígida. Recomenda que bebês não sejam expostos a nenhum tipo de tela antes dos 2 anos de idade, especialmente no momento das refeições e duas horas antes de dormir.

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Já entre os 2 e os 5 anos, o tempo na frente delas não deve passar de uma hora ao dia. A partir daí, o limite fica mais tolerante e pode ser ajustado em família, respeitando o bom senso. “Mas recomendamos que não ultrapasse duas horas ao dia, sempre intercaladas com outras atividades”, orienta Evelyn.

E tem mais: o documento aconselha que crianças entre 0 e 10 anos não tenham TV nem computador nos quartos.

O segredo é o equilíbrio

Isso tudo não quer dizer que o pequeno está proibido de assistir ou jogar qualquer coisa, só que estes momentos devem ser balanceados com outros, mais ativos e com participação de pessoas de verdade. “Mais do que a quantidade de tempo, o problema é o motivo da criança estar ali, passiva e abandonada na frente da tela”, alerta Evelyn.

O jeito é ir pra rua quando for possível – vamos combinar que nem toda hora dá para brincar com os filhos – e, dentro de casa, estimular outras brincadeiras que prendam a atenção e demandem movimentação física ou intelectual – aliás, isso tem que ser trabalhado desde cedo.

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“A primeira infância define a personalidade para o resto da vida e, da mesma forma que um trauma ficará marcado, o comportamento também”, aponta Evelyn. Ou seja, um bebê que cresceu na frente da tela dificilmente se distrairá de primeira com um livro quando for mais velho.

Procure também acompanhar os filhos menores na incursão pelo mundo digital e interagir sobre o que ele está vendo ali. Isso ajuda a criança a interpretar o que ela está assistindo em uma história e absorver os aprendizados que um jogo pode oferecer, por exemplo. E, é claro, privilegie os conteúdos mais educativos.

Acima de tudo, dê o exemplo. Afinal de contas, não adianta esperar que o filho fique offline quando os pais não desgrudam do celular.

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