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Juiz que investiga Cristina é denunciado por senador governista

Claudio Bonadio é acusado de "enriquecimento ilícito" por ser sócio de empresa, algo que é vetado para magistrados no país

Por Da Redação
27 nov 2014, 08h55

O senador governista argentino Marcelo Fuentes denunciou nesta quarta-feira por enriquecimento ilícito o juiz Claudio Bonadio. O magistrado foi responsável na semana passada por ordenar uma operação de busca e apreensão na sede de uma empresa da presidente Cristina Kirchner. A iniciativa do juiz havia ocorrido após uma denúncia da deputada federal opositora Margarita Stolbizer.

Agora, o juiz é alvo dos governistas que o acusam de ter uma participação acionária de 20% na empresa Mansue S/A, dedicada à venda de combustível. Segundo a denúncia, Bonadio não poderia fazer parte da sociedade já que um regulamento do Judiciário não permite aos magistrados exercer comércio ou atividade lucrativa sem autorização de uma instância superior, neste caso a Câmara Nacional de Apelações.

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“Sugestivamente, o acionista majoritário é um parente direto seu, Carlos Alberto Bonadio, que possui 40% da empresa, junto a Fernando e Alejandro Climent, que completam o pacote acionário com 20% cada um”, detalhou Fuentes na denúncia. Consequentemente, o senador pediu à Justiça para que o juiz seja investigado para apurar suspeita de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e abuso de autoridade.

A ofensiva do senador ocorreu horas depois de a própria Cristina atacar o juiz em um evento com empresários. Também foi a presidente quem revelou primeiro, por meio da sua conta no Twitter, a informação de que Bonadio seria sócio da Mansue S/A. Ela também apontou que a empresa do juiz não teria divulgado balanços patrimoniais correspondentes aos anos de 2011 e 2012. “Igualzinho à Hotesur. Algum deputado ou deputada vai denunciar? Algum juiz vai assumir? O que vai dizer a imprensa independente?”, disse a presidente em sua conta.

A Hotesur é a empresa de Cristina que passou a ser investigada por ordem do juiz. Uma das irregularidades apontadas para justificar a abertura de uma investigação e a ordem de busca e apreensão foi a falta de divulgação de balanços desde 2011. Também foram levantadas suspeitas sobre de fato ficava a sede da empresa, já que o endereço apontado na papelada estava vazio há anos. A firma é responsável por administrar um hotel de propriedade da família Kirchner, o Alto Calafate, que fica na província de Santa Cruz, berço político de Cristina e de seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner.

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Há anos a imprensa argentina denuncia suspeitas sobre o funcionamento do luxuoso Alto Calafate, cujo investimento não parece se justificar e que registra faturamento acima da média mesmo em épocas de baixa temporada. A família Kirchner possui outros dois hotéis na região – e está construindo mais um. A deputada Margarita Stolbizer levantou na semana passada a acusação de que o local pode estar sendo usado para lavar dinheiro.

A oposição não gostou da ofensiva governista contra o juiz Bonadio, e acusou Cristina de querer criar uma cortina de fumaça para mascarar as suspeitas que envolvem seus negócios. O deputado socialista Roy Cortina disse, segundo o jornal La Nacíon, que a denúncia do senador “faz parte do leque de intimidações do kirchnerismo que antes eram reservadas para a imprensa e que agora estão sendo usados contra o Judiciário”.

Já o deputado da Coalizão Cívica Fernando Sánchez disse que “só um tarado não se dá conta de que a presidente ficou rica nos últimos anos e que ela não consegue justificar isso”.

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