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Leandro dos Santos dá aulas de jiu-jítsu a crianças da Rocinha

Operário da Linha 4 do Metrô é faixa-preta dá modalidade e usa seu conhecimento para ensinar os jovens da comunidade de forma gratuita

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 11h40 - Publicado em 20 nov 2015, 00h00

Nascido e criado na Rocinha, Leandro dos Santos viu vários amigos de infância, empurrados pela falta de oportunidades, acabarem seduzidos pelo mundo do crime, muitas vezes com consequências trágicas. Aos 14 anos, porém, o esporte mudou a sua vida, e isso foi essencial para que ele não se enquadrasse nessa triste estatística. “Um amigo me levou para treinar jiu-jítsu com ele e não parei mais”, conta. Desde então, Lelê, como é conhecido, participou de competições e chegou a ser campeão estadual da modalidade. Hoje é faixa-preta e concilia sua rotina de treinos com duas atividades bem diferentes, mas ambas com o poder de melhorar a vida do Rio e dos cariocas: de um lado, ele é um dos operários que ajudam a tirar do papel a Linha 4 do Metrô, trabalhando nas escavações da Estação Nossa Senhora da Paz; de outro, colabora para que cerca de sessenta jovens tenham destino semelhante ao seu, com o projeto Rocinha Jiu-Jítsu, que oferece aulas gratuitas a crianças e adolescentes da favela. “Comecei a ensinar essa arte marcial para tirar as crianças da rua, dar algum estímulo a elas através do esporte”, explica.

“O esporte ajuda as crianças a ser mais responsáveis e a ter melhores notas na escola”

O projeto foi criado em 1998, pouco depois que seu irmão e alguns amigos montaram uma academia na associação de moradores da Rocinha, para que os atletas residentes na favela pudessem treinar perto de casa. Uma marca de material esportivo doou os quimonos e equipamentos necessários para atender os alunos. Dez professores faixas-pretas se revezam de segunda a sexta para transmitir as lições do esporte às crianças, com idade entre 5 e 15 anos. “Já são vinte participantes competindo, mas o objetivo principal não é esse. Quero ajudar a mudar a postura dessa garotada através do jiu-­jítsu”, explica Lelê, destacando que os alunos ficam mais responsáveis e passam a ter melhores resultados nos estudos. “Eu tive a sorte de conhecer a modalidade e queria ter dado essa oportunidade a todos os meus amigos. Sinto uma satisfação enorme ao ver as crianças empolgadas”, orgulha-se o operário atleta, que sonha ainda dispor de um espaço próprio para expandir o projeto.

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